Carta aos aposentados

A APOSENTADORIA É UM DIREITO!

Depois de pelo menos 30 anos de trabalho chegamos à aposentadoria que, para nós, deve ser vista como um direito conquistado, o momento de viver a vida de outra maneira, com as vantagens da experiência e do conhecimento adquirido e as amizades que construímos na convivência cotidiana do ambiente universitário. Boas lembranças que acreditamos, nos impulsionam a continuar participando ativamente das lutas por melhores condições de trabalho, pelo respeito e priorização do sistema educacional brasileiro no que tem de melhor: o ensino público, de qualidade e dignamente remunerado.

No entanto, nesses últimos anos temos testemunhado ações de governo que comprometem diretamente o usufruto desse direito pelas perdas salariais, perda da isonomia com os colegas ainda na ativa e mais recentemente a transferência no MEC para o INSS. Talvez seja uma das causas do retardo de muitos colegas em concluir uma etapa da vida para iniciar outra. Talvez seja uma das razões pelas quais, mais do que nunca precisamos estar atentos e fortes, muito seguros e seguras da força e da capacidade de luta que precisamos ter individualmente e de nossas representações.

Nesta perspectiva, diante da vigência do processo eleitoral para a diretoria da ADUFAL, construímos a Chapa 2 – O NOVO SEMPRE VEM – com o propósito de oferecer outra alternativa de condução da nossa seção sindical, afinada com o ANDES, combativa na defesa dos direitos civis e da educação pública de qualidade, desde sua base até a pós-graduação, na luta pela preservação da Universidade autônoma, suficientemente financiada e que oportunize a formação do cidadão brasileiro para o trabalho, para a vida em sociedade e para o progresso da ciência. Para alcançar esse propósito necessitamos e contamos com o apoio e a força de cada docente, pois, todos nós queremos uma universidade melhor e ao alcance de todos.

Por outro lado, é importante registrar que os aposentados conquistaram esse direito após 30, 40 ou mais anos de efetivo exercício da docência, estando, pois, na fase de envelhecimento. Diante desta realidade, a chapa O Novo Sempre Vem, expressa seu compromisso, com a causa da velhice digna dos seus filiados e filiadas, para além das atividades habituais e de participação bem reduzida. A Chapa O Novo Sempre Vem pretende expressar que o docente está vivo, deve ser presente, ser ouvido e ter voz ativa no processo de desenvolvimento das atividades da Diretoria, e sua inter-relação com políticas de formação política, cultural, científica, de estudos sobre a legislação, políticas ambientais, tecnológicas, de gênero, étnicorraciais, de História, Filosofia, e do movimento do governo e gestores em torno do exercício prático das conquistas garantidas na Lei.

A Chapa 2 – O NOVO SEMPRE VEM – vem propor aos docentes aposentados que se juntem a nós, contribuindo para a construção de uma política de fomento à proteção da pessoa idosa, bem como um espaço próprio para acolhimento aos aposentados que estejam em sofrimento após a aposentadoria, cuidando para identificar aqueles que estejam padecendo de maus tratos ou negligência para que possam ser adequadamente encaminhados e acompanhados.

PROPOMOS:

- Valorizar o docente aposentado, incluí-lo no movimento docente da Seção Sindical de forma efetiva, que viabilize a sua participação em diversas atividades, para além dos interesses e necessidades individuais.

- Criar um Grupo de estudos sobre envelhecimento, a ser criado com o apoio e participação da base de aposentados.

- acompanhar de forma permanente Programas, Projetos, Decretos, Projetos de Lei e propostas de Emendas Constitucionais - PEC, verificando as que são nocivas à preservação da vida, do ambiente, da saúde e dos direitos humanos para que possam participar das lutas por suas derrubadas.

- Criar programas de integração a Projetos de Cultura, Cinema, Calendários, amostras culturais, excursão para fins de pesquisa do patrimônio cultural, arquitetônico e musical da UFAL.

- Constituir Grupos de Trabalho para reunir acervos e produzir vídeos, documentários de bairros, aldeias e quilombos, com a responsabilidade de levantar as existentes e produzir fontes históricas acerca do patrimônio imaterial contido nas histórias orais e de vida de professores filiados.

- Criar um canal dos aposentados que contenha inclusive um calendário de acompanhamento das lutas docentes.

- Incentivar à participação do docente aposentado em eventos do ANDES, de forma a integrar todos os Campi e Unidades, para que o aposentado se sinta acolhido e membro efetivo de uma Seção Sindical.

- Dar continuidade e aprimorar a política de lazer, compreendendo que esta necessita ser constituída de comemorações festivas, celebrações culturais, rodas de conversas e danças ao entardecer, excursões às aldeias, quilombos, incentivo às práticas artístico-culturais, com participação em sessões de cinema, inclusive adotar projeto de professores que têm o cinema como atividade educativa, podendo ser on line e presencial, após período da pandemia, além de ida aos teatros, Casas de Cultura, Museus, trilhas ecológicas, exposições, circos, entre outros.

- Promover e participar de eventos, fóruns, palestras, oficinas, entre outros, visando divulgação de conhecimentos, saberes teórico-práticos e multidisciplinares acerca do envelhecimento humano.

- Construir uma política de fomento à proteção da pessoa idosa, bem como um espaço próprio para acolhimento aos aposentados que estejam em sofrimento após a aposentadoria, cuidando para identificar aqueles que estejam sofrendo maus tratos ou negligência para que possam ser adequadamente encaminhados e acompanhados.

- Instituir uma política de reserva do orçamento, prevendo rodízio dessas atividades socialmente necessárias à saúde mental, emocional e física do professor aposentado, nesta etapa da vida, de forma que o conceito de velhice se apresente como processo em curso para desenvolvimento da vida, e não de negação desta.

- Instituir uma metodologia de reuniões mensais em GT com os aposentados para que participem do planejamento das atividades e mesmo realização de estudos de envelhecimento em Alagoas.