CARTA AOS DOCENTES DA UFAL

 


A Universidade Pública vive o pior momento de sua história no Brasil. Mesmo durante o duro período de ataques nos governos neoliberais de FHC na década de 1990, a universidade nunca sofreu tanto quanto agora. O Governo Bolsonaro, além da política de desfinanciamento, de ataque à autonomia universitária, de destruição do sistema de pós-graduação e do fomento à pesquisa (FINEP, CAPES e CNPq), de deterioração dos nossos salários e aposentadorias, atinge de forma dura a imensa maioria da comunidade universitária estudantil. Atualmente, o perfil desta comunidade é constituído majoritariamente por filho(a)s da classe trabalhadora, com altos índices de vulnerabilidade social e com uma carga de opressões maior do que a que se experimentava há 20 anos atrás.


No âmbito específico da UFAL, os cortes no orçamento, a falta de verba de custeio para itens básicos e a drástica redução de recursos na Assistência Estudantil e bolsas as mais diversas, se concretizam em um quadro mais agudo de precariedades. Afinal, mais de 80% dos estudantes da nossa universidade são de famílias que recebem até 3 salários mínimos. Junte-se a isto o péssimo planejamento de expansão local do REUNI, com campi no interior funcionando com estrutura profundamente reduzida e sobrecarregada com inúmeras demandas e um estrangulamento das tarefas nas diversas unidades da Ufal.


A Educação foi eleita neste Governo como inimiga, sendo alvo das políticas reacionárias que os fascistas pretendem implementar. Por isso, o aprofundamento do projeto Escola Sem Partido (que, na verdade, pretende impor a pedagogia do ultra-conservadorismo político) e os constantes ataques ao debate democrático e plural de ideias com base em argumentos e na racionalidade. No âmbito do Ensino Superior, este processo de ataques é mais aprofundado e tenta desvirtuar junto à opinião pública o que de fato é a Universidade brasileira. Tais políticas reacionárias ainda envolvem uma carga crescente de negacionismo em relação aos avanços científicos que a universidade pública ajudou a realizar em diversos níveis, inclusive nos mais básicos das conquistas epidemiológicas, como vimos na crescente visão de mundo antivacina em plena pandemia. A Reforma Administrativa é a principal política realizada pelo governo Bolsonaro de desconstrução dos serviços públicos e dos servidores públicos e deve ser enfrentada na unidade com os demais servidores públicos. Este cenário ajuda a justificar ataques generalizados aos professores da Educação Básica e do Ensino Superior, à liberdade de cátedra, à autonomia e à democracia nas universidades, bem como contribui para reforçar os cortes de investimentos em ciência e tecnologia, mesmo diante da clara necessidade de aumentar recursos para estas áreas.


Após quase dois anos em que a maioria das atividades docentes realizaram-se de forma remota em função da Pandemia de Covid-19, levando-se em conta o avanço da vacinação para todas as faixas etárias da comunidade universitária, urge que a base docente pense de forma crítica e realista o retorno gradual, escalonado e seguro para todos/as às atividades presenciais. Corremos o risco de aprofundarmos o avanço de políticas de trabalho digital e virtual cada vez mais intensificadas, potencializando o desinvestimento na infra-estrutura física, na manutenção dos espaços e prédios e dificultando o convívio presencial comunitário e democrático se este calendário de trabalho remoto se estender para além do necessário. Isso seria a destruição total da Universidade enquanto espaço de produção acadêmica e cidade concreta de convívio científico, plural e democrático. Portanto, é preciso pensar nas condições do retorno às atividades presenciais e garantir um protocolo concreto de recepção de todos e todas, com a adequação possível dos espaços acadêmicos, com passaporte vacinal, com regras bem compartilhadas e com tratamento idêntico para técnicos e professores. Nós, da Chapa 2 - O Novo Sempre Vem, compreendemos que esse debate deve ser amplo e democrático, a fim de lutarmos pela existência de nossa Universidade para todas e todos, garantindo as condições de desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão. 


Dias 23 e 24 (terça e quarta-feira) votação on-line - VOTE CHAPA 2 

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